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Aspectos Históricos de Porto de Pedras-AL.

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RESUMO HISTÓRICO Jaime de Alta vila, em sua História da Civilização das Alagoas defende que o primeiro ponto avistado pela frota portuguesa de Cabral “é de se presumir que tenha sido um dos cabeços da Serra da Nacêa, no município alagoano de Anadia. Esta é a nossa opinião, fundamentada no erudito historiador pernambucano Fernandes Gama e em Alexandre von Humboldt, os quais afirmam que as primeiras terras avistadas pela armada portuguesa estavam localizadas a 10º de latitude sul, por conseqüência entre Jequié e Coruripe. E é numa descrição de um reconhecimento feito na região próxima ao fundeadouro da esquadra, constante da carta de Pero Vaz Caminha, que vamos encontrar um reforço a esta tese: “... e então o Capitão passou o rio, com todos nós outros, e fomos até uma lagoa grande de água doce, que está junto com a praia, porque toda aquela ribeira do mar é apaulada por cima, e sai água por muitos lugares.

Com a invasão holandesa, em 1630, na capitânia de Pernambuco, deu motivo a que se iniciasse uma luta pela ocupação da capitania, já então rica, pela prosperidade advinda da industrialização da cana-de-açúcar, com a fundação de dezenas de engenhos, inclusive na terra alagoana em Porto Calvo, Alagoas, Penedo, Santa Luzia do Norte, São Miguel e Camaragibe, que se tornaram centros de atividade agrícola e comercial. Na guerra holandesa foi teatro de lutas, local de asilo da primeira imigração pernambucana, trazida por Mathias de Albuquerque; campo de batalhas e de vitórias e ponto principal dos Quilombos, em especial o dos Palmares, exemplo da reação do negro africano, transportado do Congo, de Angola e de Moçambique, para miscigenação étnica de nosso povo e para ajuda ao desenvolvimento econômico a roda dos engenhos disseminados no norte alagoano, foram surgindo vilas e burgos, como Camaragibe, São Luiz do Quitunde e Porto de Pedras. A Antônio de Barros Pimentel foi doada a sesmaria de Santo Antônio dos Quatro Rios, extensa faixa banhada pelos Rios Mangaba, Tatuamunha, Camaragibe e Santo Antônio. Sua sesmaria, vizinha de Cristóvão Lins, logo se cobriu de canaviais. Vastíssimas foram as concessões a Miguel Gonçalves Vieira, provedor da Fazenda Real. Abrangiam uma faixa costeira que ia de Santo Antônio do Meirim à Enseada de Pajuçara, cingindo a Lagoa Mundaú. Entre os engenhos levantados nela, destacam-se os que dão origem a Maceió e a Santa Luzia do Norte (Alagoa do Norte). Antônio Martins Ribeiro, que recebera uma légua em quadra dessa sesmaria, foi ocupante pioneiro do Vale do Mundaú. A sesmaria doada a Diogo Soares da Cunha, abrangendo cinco léguas de litoral, de Pajuçara do Porto do Francês, e sete léguas de fundo, expandiu-se pela Lagoa Mangaba. Seu filho, Gabriel Soares, fundou dois engenhos, o Novo e o Velho. Das suas terras, surgiu a Vila da Madalena, depois Alagoa do Sul e Alagoas, e que seria a cabeça da Comarca e antiga capital. Dela, parte um processo de irradiação econômico-social, do qual resulta a fundação de outros importantes marcos de povoamento, como Pilar, Maceió e Santa Luzia. Na raiz de cada um desses núcleos está o engenho de fabricar açúcar. E, pela sucessão dos latifúndios dedicados ao mesmo fim, define-se a vocação monocultora da grande propriedade. Assim, na sesmaria doada a Antônio de Moura Castro - uma faixa que, pelo litoral, começa no Porto do Francês e vai até o Picão, em Coruripe -, a cultura da cana gera a cidade de Coruripe e a Vila do Poxim. Do engenho São Miguel, fundado pelo sesmeiro Antônio Barbalho, surge a cidade de São Miguel dos Campos. Nas sesmarias da região sanfranciscana, favorecida pelos extensos e ricos pastos, aparecem as fazendas e currais de gado. “Penedo é o único núcleo que não se vincula, diretamente, à exploração do açúcar, e, com suas fazendas de gado de corte ou leiteiro, se integra na civilização do couro. O povoamento do território alagoano se processou lentamente, mas admite-se que nossa formação originou-se de três grupamento básicos: Penedo, Porto Calvo e Alagoas (atual Marechal Deodoro).

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A partir da proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, as estruturas de poder herdadas do período monárquico foram alteradas. Uma delas, as câmaras municipais, deixaram de existir, sendo substituídas pelos Conselhos de Intendência. O presidente destes colegiados era o Intendente e se constituíram no poder executivo municipal até 1930, quando foi criada a função de prefeito.

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A primeira Intendência criada no governo de Deodoro da Fonseca foi a do Distrito Federal, formalizada por meio do decreto 50-A de 7 de dezembro de 1889. Ainda em dezembro, no dia 30, o decreto 107 expandiu o modelo das Intendências para os Estados.

Em Alagoas, o governador Pedro Paulino da Fonseca baixou o decreto nº 1, de 21 de janeiro de 1890, extinguindo as câmaras e em seguida nomeando os Conselhos de Intendência com o respectivo intendente.

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Aqui vai a relação dos primeiros intendentes alagoanos da cidade de Porto de Pedras e seus Conselhos de Intendência, conforme publicou o Orbe de 29 de janeiro de 1890, quando criou-se a Comissão para governância de Porto de Pedras, os Intendentes: João da Silva Rego e Mello. Membros do Conselho: Bernardo Augusto Beiriz de Mendonça Lima, Francisco Augusto de Aguiar e Antônio Francisco Alves da Silva. As Câmaras Municipais também deixaram de existir, como estabeleceu o poder republicano: “Art. 1º Os Governadores dos Estados Unidos são autorizados a dissolver as Câmaras Municipais e a organizar os respectivos serviços, adaptando em tudo que lhes forem aplicáveis as disposições do decreto n. 50 A de 7 do corrente mês, relativo à Ilma. Câmara Municipal da capital federal.”

Em substituição são criados os chamados “Conselhos de Intendentes”, que não demoraram muito em atividade, voltando a denominação anterior – Câmaras Municipais – em 1892.

 

PATRIMÔNIO NATURAL

     Originalmente Porto de Pedras surgiu em torno da sede das Missões Franciscana, na Alagoa Boreal destinada à catequese dos Índios Potiguares. Junto ao colégio da missão dos portugueses, ergueram um pequeno forte destinado à defesa de Porto Calvo, o que dificultava os navios inimigos que navegavam no lagamar da Ratéia penetrar o rio de Porto de Pedras, e daí subir o rio até defrontar a colina fortificada de Porto Calvo, à cerca de 42 Km rio acima. Essa, Missão Franciscana contava com o apoio de Christoffer Linz e seu irmão Sibad Linz, que lutavam contra os Índios dessa região, e tomavam-lhes as terras. A catequese franciscana se fez com o apoio de milícias armadas, os homens quase todos degolados, e as mulheres e as crianças levadas para o Colégio de Porto de Pedras.

    Com a invasão holandesa das terras sub–unenses, Porto de Pedras foi várias vezes tomada e retomada, ora nas mãos dos flamengos de Pernambuco, ora nas mãos das tropas luso-espanholas. Era um ponto de defesa decisivo para a manutenção ou a tomada de Porto Calvo e dos engenhos ribeirinhos, onde estava o grosso da produção açucareira. Porto de Pedras, construída à margem direita do rio Manguaba, servia de apoio às tropas holandesas para o ataque aos engenhos de ambas as margens do rio durante a época em que trafegavam. Foi também um importante porto de embarque do açúcar que descia o rio em grandes canoas conduzidas por remeiros indígenas, e já introduzida a escravidão nas plantações açucareiras, os índios pouco a pouco foram substituídos por remeiros negros escravos. A primeira ocupação holandesa de Porto de Pedras foi a 14 de maio de 1633, quando a esquadra holandesa do lagamar da Ratéia atira sobre o povoado e destrói várias embarcações portuguesas aportadas. Porto de Pedras oferece resistência ao desembarque de tropas holandesas, e então é incendiada pelos defensores para não cair nas mãos do inimigo. Parte da pequena população refugia-se nos engenhos da cana-de-açúcar, ou recua para outros povoados. Com a reconquista definitiva de Porto Calvo pelas tropas de Matias Albuquerque, Porto de Pedras é reconstruída.

    Por alvará–régio, Porto de Pedras é elevada à Vila a 5 de dezembro de 1815, já no Brasil – Reino, e desmembra-se de Porto Calvo. Em 1864, durante o Segundo Reinado, Porto de Pedras perde sua autonomia, e é anexada a Passo de Camaragibe. Em 1868 readquire sua emancipação. Mas só em 1921, pela Lei 903, veio a ser município. Neste período o prefeito da Capital era Leôncio Correa de Oliveira.

 

Limites de Porto de Pedras-AL:

     O município de Porto de Pedras limita-se ao Norte com o município de Japaratinga; ao Sul, com o município de São Miguel dos Milagres; ao Leste, pelo Oceano Atlântico Sul; e ao Oeste, com os municípios de Porto Calvo, Matriz de Camaragibe e Passo de Camaragibe. A cidade de Porto de Pedras está situada à margem direita do rio Manguaba.

 

Sítio pré-histórico:

    Numa caverna no pé do oitizeiro do Farol da barra foi encontrado restos de pessoas da pré-história, que vem sendo estudado por paleontólogos da Universidade Federal de Alagoas.

 

Prédios Históricos:         
- A Igreja matriz;
- O prédio da cadeia pública;

- A capela do oitizeiro do Farol da barra;

- Antigos casarões da cidade.

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Praias e Rios:

Praia de Tatuamunha;

Praia de Laje;

Praia do Patacho; 

Rio Tatuamunha;

Rio manguaba;

Rio Canavieira;
Rio Rosa;
Rio Mocaitá;

Rio Borocotó;
Riacho dos Macacos.

 

Festas e Eventos:

    A Festa de Nossa Senhora da Glória (Padroeira), Nossa Senhora da Piedade, São Paulo da Palmeira, São Gonçalo de Tatuamunha, Festa de São José do Povoado Lege, Emancipação Política da cidade, Porto Fest (carnaval fora de época) Festival do Coco, festejos juninos destacando à festa dos pescadores no dia 29 de junho; festejos natalinos e carnaval.

 

Folclore/Folguedo:
- Carnavalescos: Cambindas, Boi de carnaval e as “As Almas” (bloco);

- Bomba Meu Boi;

- Cambindas da Dona Terezinha na Comunidade de Tatuamunha;
- Juninos: Quadrilha, Coco de Roda;
- Natalino: Pastoril.

 

Artesanato/Artes Plásticas:
- Esculturas e souvenires em madeira, em casca de coco, artigos em cacos de coco e conchas do mar;

- Pinturas óleo sobre tela, em tecidos, seda e algodão;
- Tapeçaria em ponto Cruz e Bordados;
- Trançados em palha e cipó.

 

Culinária:

      Ensopado filé de aratu; fritada de patola de uçá; bijupirá de moqueca; pescada frita ao azeite de oliva; lagosta ensopada ao coco; siri-mole ensopado; lagostim à casca–e–nó; bagre ao coco; bijupirá assado com feijão-de-corda.

  

Gastronomia Típica Junina:

- Milho: Pamonha, canjica, milho verde cozido, milho verde assado na brasa, mungunzá e bolo de milho;
- Mandioca: Pé–de–moleque (bolo de massa de mandioca com castanha de caju enrolado na palha da bananeira), tapioca de goma com coco;
- Cocada de coco e cocada de coco com jaca.

 

Nomes Ilustres:

     Padre Lourenço Accioly Wanderley Canavarro, que chefiou a rebelião militar de Porto Calvo contra o governo da província de Alagoas, dirigiu a província por meses, derrubando o presidente nomeado pela Corte; poeta Ciridião Durval, nascido no povoado de Tatuamunha, um dos grandes nomes da literatura alagoana, e primeiro cantor das praias do norte da província.

Benedito Eugênio da Silva, um dos maires Merceneiro e Carpinteiro da região, obreiro da arte de fabricar caixões das pessoa falecidas, juntamente com o Sr. Nazeozeno do Livramento. Ocupou vários cargos político no municípo de Porto de Pedras.

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Pontos Turísticos:

        Passeio de lancha ou de canoa a remo pelo rio Manguaba até o porto do Varadouro em Porto Calvo; travessia de Ferry-boat para o Pontal do Bitingui; visita à alambiques do engenho Estaleiro, onde se fabricava saborosa cachaça de cana; visita ao povoado das Lajes e de Tatuamunha; pesca no lagamar da Ratéia na Croa do Frade e do Tubarão e no rio Manguaba; visita aos engenhos do vale do Grapiúna. Visita ao Engendo da Água Preta, que funcionou até o inicio da década de 80.

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Locais de Visitação:

Croa do Mero/Rio Tatuamunha;

Croa do Frade/Praia de Tatuamunha;

Praia do Patacho/Psinas Naturais;

Crôa do Tubarão/Praia do Patacho;

Visita ao Velho engenho de Cana de Açúcar da Água Preta (passeio ecológico;

Piscinas Naturais;

Trilha Ecológica da Estrada de Águas Claras;

Visitação ao Santuário do Peixe-Boi Marinho.

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Por Malú Souza

© ACMTA-Associação Comunitária dos Moradores de Tatuamunha e Adjacências.

      Praça São Gonçalo, s/n - Tatuamunha

             Porto de Pedras - Alagoas - Brasil

                   CEP 57.945-000   

          E-mail: acmtasac@gmail.com

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